A Ação da Cidadania esteve presente na 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (SB 62), que aconteceu em Bonn, na Alemanha. A conferência tem por objetivo preparar o terreno para as negociações da próxima COP, definindo prioridades e temas que devem avançar nas negociações climáticas globais.
Nossa missão foi a de participar dos debates defendendo a importância dos sistemas alimentares e sua relação com as mudanças climáticas e a preservação das florestas.
Isso porque as florestas alimentam o nosso planeta, do Brasil à Bélgica. Mas a forma como produzimos nossos alimentos está destruindo esses ecossistemas, ameaçando nossa saúde, a segurança hídrica, os meios de subsistência e as culturas, especialmente de pequenos produtores e comunidades tradicionais que menos contribuíram para a crise climática.
Por isso, em Bonn nos juntamos a outras organizações que defendem a mesma causa, como SDG2 Advocacy Hub e Global Citizen. Juntos, promovemos um encontro focado na nossa campanha Forests4food, com a participação de Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Licoln Muniz Alves, do Departamento de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Elizabeth Nsimadala, Agricultora familiar de Uganda e presidente da Eastern Africa Farmers Federation (EAFF). Em suas falas, todos destacaram a urgência do tema e o chamado para que trabalhemos juntos.
E falando em trabalhar juntos, uma grande novidade nesse cenário foi a divulgação, ainda nos dias da conferência, da Agenda de Ação da COP, um conjunto de iniciativas, compromissos e colaborações voluntárias entre países, empresas, cidades, sociedade civil e outros atores não estatais para acelerar a implementação do Acordo de Paris e enfrentar a crise climática.
A agenda de ação tem como objetivo principal impulsionar ações concretas que complementam as negociações formais entre os países. Entre os seis eixos, está a “Transformação da Agricultura e dos Sistemas Alimentares”, tema central de nossa incidência e essencial para fortalecer a adaptação e a resiliência das comunidades rurais e tradicionais diante dos impactos crescentes da crise climática. Vale notar que outro eixo da agenda, “Promoção do Desenvolvimento Humano e Social” também reforça nossa causa, afinal, sem segurança alimentar, não há como garantir dignidade, saúde ou justiça. A luta por direitos humanos começa pelo direito à alimentação, especialmente em um contexto de crise climática que agrava desigualdades e ameaça os modos de vida de milhões.
Essa é uma boa notícia, mas só o começo. Precisamos garantir que os desdobramentos dessa escolha tenham o conteúdo e o senso de urgência que precisamos. Para que a agenda cumpra seu potencial transformador, é fundamental que os próximos passos venham acompanhados de conteúdo e senso de urgência.
Por isso, convidamos você a se juntar a nós assinando a Petição e fortalecer essa causa. Assim poderemos seguir em defesa das florestas, da soberania alimentar e dos direitos das comunidades mais impactadas.
Levamos de Bonn conexões fortalecidas, ideias concretas e o reforço de que não estamos sozinhos nessa luta. Sobretudo, o compromisso de seguir pressionando por uma COP verdadeiramente transformadora. Através da campanha Forests4Food, vamos seguir mobilizando vozes e construindo pontes para garantir sistemas alimentares sustentáveis e resilientes, com o protagonismo de todos que estão na linha de frente da proteção das florestas e da produção de alimentos, e que precisam estar no centro das soluções climáticas.
Continue nos acompanhando para saber mais sobre o que vem pela frente em defesa das florestas e da transformação dos nossos sistemas alimentares justos, resilientes e sustentáveis. A jornada só está começando e ela precisa de todas as vozes.